terça-feira, 12 de maio de 2009

Primado participa da II Conferência da Igualdade Racial SP















Foto: Maria Aparecida e Osvaldo Rodrigues

O Primado Organização Federativa de Umbanda e Candomblé do Brasil - representado pela Sra Maria Aparecida Naléssio ( Presidente ) e Sr. Osvaldo Trajano Rodrigues - participou da II Conferência Municipal da Igualdade Racial, nos dias 08,09 e 10 de maio na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Com o tema: Avanços, Desafios e Perceptivas para a Construção de Política de Promoção da Igualdade Étnico Racial do Município de São Paulo, o evento promoveu um diálogo entre representantes do governo municipal e diversos membros de diferentes etnias da populaçao civil como das comunidades cigana, judaica,árabe,latina, indígena, religiosa , entre outras.

Durante a Conferência, foram discutidos temas centrais como Educação, Saúde, Trabalho, Moradia, Cultura, Lazer , Comunicação, Segurança e Acesso à Justiça relacionados a questão de Gênero, Orientação Sexual, Direitos Humanos, Religião, Meio Ambiente e Juventude.

Após os três dias de Conferência, fomos nomeados Delegados do grupo religioso - representando a Umbanda - para participar da Conferência Estadual, nos dias 10,11 e 12 de junho, em São Paulo, e II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial - Centro de Convenções Ulisses Guimarães nos dias 25 a 28 de junho de 2009 - em Brasília.

Gostaríamos de expressar os nossos mais sinceros agradecimentos a Sra. Maria Aparecida de Laia (Coordenadora Geral da CONE) pelos serviços prestados a comunidade, com o objetivo de servir e facilitar a vida de todos, bem como o trabalho visando garantir a igualdade racial para todos os segmentos da sociedade. A parabenizamos pelo respeito e humildade com que trata os cidadãos na missão de auxiliá-los em suas necessidades.

Agradecemos ainda a Sra. Egbonmy Conceição Reis de Ogum (Coordenadora Geral INTECAB - Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira- SP) por sua marcante colaboração, dedicação e empenho na defesa dos interesses das religiões de matrizes Africanas, demonstrando sua qualidade de mulher guerreira, e particularmente pelo apoio ao Primado do Brasil de Umbanda.



Meu Saravá Fraterno!

osvaldo Trajano Rodrigues
http://primadodobrasil.blogspot.com/


Conferência reúne mais de 800 pessoas para discutir a Igualdade Racial
Fonte: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/participacao_parceria/coordenadorias/negro

Cerca de 800 pessoas participaram da Conferência Municipal da Igualdade Racial, realizada no último final de semana na Assembléia Legislativa.

A abertura, no dia 8, contou com a presença da Prefeita em exercício, Alda Marco Antônio, que ressaltou a democracia e a possibilidade de manifestação popular oriunda do sistema democrático.

A prefeita ressaltou que foi a “mão do destino” que fez com que a Conferência acontecesse, justamente, no auditório Franco Montoro. “Como governador em plena época da Ditadura, foi ele quem teve a coragem de criar os conselhos da Comunidade Negra e da Condição Feminina e permitir que a população pudesse, de fato, participar da formalização de políticas públicas”, disse a prefeita.


No dia 11 de Maio, o Conselho Estadual da Comunidade Negra, completou 25 anos. A criação foi em 1984, quatro anos antes da edição da Constituição Cidadã que institui uma série de conselhos em todo o país.

Opinião semelhante foi exarada, no dia seguinte, pelo professor Hélio Santos, ao dizer que “São Paulo sempre iluminou o Brasil na questão racial”, ao falar , justamente, da implantação do Conselho e do protagonismo negro que sempre foi marcante em São Paulo.


O secretário Ricardo Montoro, filho do ex-governador e presidente da Conferência, enquanto Secretário de Participação e Parceria, em seu discurso de abertura afirmou que respeito é a palavra de ordem na construção da igualdade. “Uma cidade onde os direitos são respeitados é uma cidade mais harmônica, mais feliz, democrática e idealizadora de projetos que beneficiam e integram” .


Além de discutir, selecionar e priorizar as propostas que serão a base de um Plano de Igualdade Racial na cidade de São Paulo, foram votadas 3 propostas em cada eixo temático para serem levadas à Conferência Estadual, nos dias 10,11 e 12 de Junho, dentre as 500 escolhidas nas 24 Plenárias Regionais realizadas durante o mês de abril.


O presidente do Conselho de Gestão da Coordenadoria dos Assuntos da População Negra, Nuno Coelho, disse que é importante consolidar que a promoção da igualdade racial seja uma política do Estado Brasileiro e não uma política de uma administração específica. “Não se faz política pública sem orçamento. É preciso que haja garantia de recursos humanos e financeiros, para transformar em realidade as propostas”, disse o presidente.


Nuno é o primeiro presidente do Conselho, instalado também pela primeira vez em outubro do ano passado. No papel o conselho foi criado em 1992, mas nunca foi efetivado. “Parabenizo o secretário de Participação e Parceria, pela sensibilidade de, após quase 20 anos, fazer cumprir o decreto e criar este Conselho”, afirmou Nuno.


Para Maria Aparecida de Laia, coordenadora geral da CONE a complexidade dos fenômenos sociais de discriminação exige do Município o enfrentamento das diversas formas de desigualdades. “Só assim poderemos avançar: Se tivermos coragem de enfrentar os desafios que se apresentam em todos os níveis”, disse Laia. “Eu aprendi muito hoje”, disse a atriz Zezé Mota, que veio especialmente do Rio de Janeiro para participar dos debates e compôs a mesa que discutiu as Desigualdades Raciais no Brasil.


Já o deputado Simão Pedro, representante da Frente Parlamentar da Igualdade Racial, disse que a Conferência é um importante espaço para a participação da sociedade. “Numa cidade que congrega a maior população negra fora da África, é preciso dar voz a estas pessoas”, disse.

Ivair Augusto dos Santos, assessor especial da Secretaria Especial de Direitos Humanos do governo federal, disse que houve avanços importantes e uma participação maior da sociedade nestas questões. Ele exemplificou falando das ações que denunciam o preconceito. “São milhares de casos de racismo no país. Para cada um caso que chega a justiça, sabemos que há outros 40 que não chegaram. Mas para que haja igualdade é preciso que nos Orçamentos estejam contempladas verbas específicas para promover a igualdade racial”, disse.

Zulu de Araújo, presidente da Fundação Palmares, disse que ficou surpreso com a participação grande e efetiva e com a qualidade dos palestrantes. “Reuniu-se em São Paulo, quadros dos mais qualificados do Movimento Negro Brasileiro e intelectuais. Eu diria que São Paulo está respondendo positivamente a esta convocação nacional. Parabéns à Secretaria e ao governo Municipal”, disse Zulu.

Pouco antes, participando do painel “Desafios para a Construção do Plano de Promoção da Igualdade Racial”, Zulu falou da importância de se deixar de lado posições ideológicas ,na hora de construir um Plano. “ É hora do movimento negro ter a sabedoria de colocar as divergências para fora e colocar as convergências na sala de estar. Só assim poderemos avançar”, disse. Ele salientou para o perigo de um recrudescimento na questão.

Maria Inês Barbosa, coordenadora do Programa UNIFEM Brasil e Cone Sul, citou a sabedoria tibetana, para exemplificar a enormidade do significado de construção de um plano de igualdade racial. “Para chegar a um lugar que nunca estivemos, precisamos trilhar caminhos que nunca trilhamos”, disse. Coerente com esta análise, a pesquisadora afirmou que o Plano não pode ser setorial, mas sim, ter um caráter estrutural, permeando os demais planos municipais.

Citando Mandela, ela lembrou que esta não é uma luta que se vence só e salientou a importância do Plano estar ancorado nas propostas estaduais, nacionais e internacionais.

Como desafio, a pesquisadora destacou a importância de trazer para o debate, a falta de dados para traçar propostas significativas.

O promotor público e secretário adjunto de Participação e Parceria Paulo Sérgio de Oliveira Costa, salientou que a Secretaria pretende criar uma Comissão envolvendo a sociedade civil e o governo, para traçar as metas e objetivos do Plano Municipal. Colocando-se como um aluno das questões sociais, o promotor disse que o grande desafio está na dificuldade das relações inter-secretariais, algo que a Secretaria de Participação e Parceria se compromete a capitanear, para criar políticas públicas de igualdade.

A promotora Déborah Kelly Affonso, que ficou conhecida após a ação que questionou a não participação de modelos negras na São Paulo Fashion Week, disse que o contraste de idéias é algo salutar. “Para sabermos a identidade do movimento negro, nada melhor que o próprio movimento decidir isso. O resultado da Conferência vai também nortear as ações do Ministério Público, além de definir as políticas públicas”, disse.

A coordenadora da CONE avalia que o objetivo foi cumprido: “Agora é arregaçar as mangas e trabalhar ainda mais”, disse a coordenadora Maria Aparecida de Laia.